Pescadores não podem substituir tractores por bois
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Pescadores não podem substituir tractores por bois
Pescadores não podem substituir tractores por bois
Xávega não pondera retomar animais, apesar do preço do gasóleo, porque novos barcos não permitem
Não é nada que já não tenha passado pela mente dos pescadores da xávega. Especialmente quando compram combustível para os tractores que puxam as redes nas praias. Mas os bois já não podem ser uma alternativa.
Voltar atrás no tempo e recolocar bois a puxar as redes de pesca que saem dos barcos da Arte Xávega, na praia da Vagueira, é uma ideia que até passou pela cabeça de António Maltês, mas foi rapidamente colocada de parte. Segundo o pescador, proprietário de uma das companhas que operam naquela praia e que aceitou o repto da Câmara de Vagos para recriar a prática, tal como era há cerca de duas décadas, para os turistas assistirem durante a época balnear, a ideia não é viável, apesar do aumento do preço dos combustíveis, porque as embarcações e as redes são demasiado pesadas para os animais.
A escassez de bois treinados para o efeito no concelho é outra dificuldade. As duas juntas de bois que este Verão pisam o areal para "turista ver" vieram de Ponte de Vagos e Covão do Lobo, duas freguesias vaguenses. Contudo, nos dois primeiros anos em que a autarquia promoveu a recriação da Xávega de forma genuína, os animais tiveram de ser alugados no município de Cantanhede, devido à dificuldade de encontrar aquele gado em Vagos.
"Os tempos mudaram e já não dá para voltar atrás. Os barcos agora são maiores e mais pesados, e as redes também. Elas agora medem perto de 800 metros e antes tinham 500 ou 600 metros. Os bois já não podem com elas e também não têm prática. Para fazer as encenações temos de ajudar os animais com os tractores na mesma", confessa "Tonito". Depois, "nós não temos animais e teríamos de os comprar e comprar ração e palha para lhes dar. Era também um gasto", explica.
A principal despesa prende-se com a gasolina consumida pelos barcos. "Usamos um bidão de 20 litros por dia e mal chega para três lanços", conta, referindo que, como os tractores são atestados com gasóleo agrícola, "o gasto é preocupante mas é menor".
"Ontem [anteontem], num dos lanços só tiramos 20 caixas de cavala. Cada uma tem entre 18 a 20 quilos, mas só as conseguimos vender a 2,5 euros cada caixa. Isto mal dá para os gastos", lamenta ainda.
Ontem, devido à ondulação forte, vento e nevoeiro que se fez sentir na Vagueira durante a manhã, a embarcação não foi ao mar. Porém, se as condições climatéricas permitirem, a Arte Xávega será recriada nos dias 26 e 27 deste mês e 2, 3, 9 e 10 de Agosto, ao abrigo do programa de animação da época balnear. Com esta iniciativa, a autarquia pretende cimentar a Xávega como um dos "emblemas" da Vagueira, ajudando a preservar a memória, técnicas e saberes daquela arte.
Xávega não pondera retomar animais, apesar do preço do gasóleo, porque novos barcos não permitem
Não é nada que já não tenha passado pela mente dos pescadores da xávega. Especialmente quando compram combustível para os tractores que puxam as redes nas praias. Mas os bois já não podem ser uma alternativa.
Voltar atrás no tempo e recolocar bois a puxar as redes de pesca que saem dos barcos da Arte Xávega, na praia da Vagueira, é uma ideia que até passou pela cabeça de António Maltês, mas foi rapidamente colocada de parte. Segundo o pescador, proprietário de uma das companhas que operam naquela praia e que aceitou o repto da Câmara de Vagos para recriar a prática, tal como era há cerca de duas décadas, para os turistas assistirem durante a época balnear, a ideia não é viável, apesar do aumento do preço dos combustíveis, porque as embarcações e as redes são demasiado pesadas para os animais.
A escassez de bois treinados para o efeito no concelho é outra dificuldade. As duas juntas de bois que este Verão pisam o areal para "turista ver" vieram de Ponte de Vagos e Covão do Lobo, duas freguesias vaguenses. Contudo, nos dois primeiros anos em que a autarquia promoveu a recriação da Xávega de forma genuína, os animais tiveram de ser alugados no município de Cantanhede, devido à dificuldade de encontrar aquele gado em Vagos.
"Os tempos mudaram e já não dá para voltar atrás. Os barcos agora são maiores e mais pesados, e as redes também. Elas agora medem perto de 800 metros e antes tinham 500 ou 600 metros. Os bois já não podem com elas e também não têm prática. Para fazer as encenações temos de ajudar os animais com os tractores na mesma", confessa "Tonito". Depois, "nós não temos animais e teríamos de os comprar e comprar ração e palha para lhes dar. Era também um gasto", explica.
A principal despesa prende-se com a gasolina consumida pelos barcos. "Usamos um bidão de 20 litros por dia e mal chega para três lanços", conta, referindo que, como os tractores são atestados com gasóleo agrícola, "o gasto é preocupante mas é menor".
"Ontem [anteontem], num dos lanços só tiramos 20 caixas de cavala. Cada uma tem entre 18 a 20 quilos, mas só as conseguimos vender a 2,5 euros cada caixa. Isto mal dá para os gastos", lamenta ainda.
Ontem, devido à ondulação forte, vento e nevoeiro que se fez sentir na Vagueira durante a manhã, a embarcação não foi ao mar. Porém, se as condições climatéricas permitirem, a Arte Xávega será recriada nos dias 26 e 27 deste mês e 2, 3, 9 e 10 de Agosto, ao abrigo do programa de animação da época balnear. Com esta iniciativa, a autarquia pretende cimentar a Xávega como um dos "emblemas" da Vagueira, ajudando a preservar a memória, técnicas e saberes daquela arte.
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